Tibério Vargas Ramos
Diante do vídeo gravado, neste outubro de 2022, pela excelente e premiada artista global Cássia Kis, me senti na obrigação de me posicionar publicamente no segundo turno da eleição Presidencial. Afinal, sou jornalista há mais de 50 anos, professor-titular de Redação na PUCRS durante 40 anos, ajudei a formar centenas de alunos para trabalhar na imprensa, autor de quatro livros de relativo sucesso no Sul, dois romances (Acrobacias no Crepúsculo e Sombras Douradas), a novela Santa Sem Véu e Contos do Tempo da Máquina de Escrever. Não quero amanhã ser acusado de omissão nessa encruzilhada crucial da história brasileira.
Vejo o voto em Lula dado por fidelidade incondicional de antigos e neo petistas, atração fatal, conivência, relativização de valores, interesses, irresponsabilidade e nojo estético do Bolsonaro. Telespectadores que não se desapegaram da Rede Globo e os últimos leitores da Folha. Funcionários públicos de olho na almejada gratificação por função. Suponho que vegetarianos e veganos adesistas não estão interessados na mortadela oferecida e na picanha prometida. São idealistas de florestas de samambaia e roupas recicladas. Remanescentes da guerra fria e dos anos de chumbo continuam vivendo em 1960, com antigas cartilhas e os mesmos velhos livros que li naquela época. Somaram-se novos eleitores, filhotes amestrados de professores militantes em escolas públicas e privadas de mensalidade bem cara. Proselitismo a Lula também aparece na defesa de uma suposta “democracia” em nome de romantizar o socialismo e o comunismo, que historicamente são alicerçados no autoritarismo, castas dirigentes, inteligência paga, corrupção, miséria social, degradação humana, estado policial, espionagem, delação, prisões arbitrárias, expurgos, assassinatos e paredão. Cuba e Venezuela ficam logo ali. Quero continuar escrevendo o que penso. A liberdade acima de tudo.
Voto em Bolsonaro pelo nacionalismo, a Amazônia do Brasil, água, cultura e desenvolvimento para o Nordeste. Investimentos em infraestrutura e no parque industrial. Agronegócio e posse da terra aos pequenos agricultores. Um país continental celeiro do mundo. A bola da vez em investimentos internacionais. Honorabilidade, honestidade, assistência social aos vulneráveis, educação de qualidade, pública e privada, oportunidades de emprego, empreendedorismo e renda. Garantia à propriedade e crédito para ascensão social. Sem corrupção, menos estado, redução de impostos e burocracia, responsabilidade fiscal, controle da inflação. Valores éticos e morais, família, coleguismo, amizades, preservação da intimidade, segurança e justiça. Sem segregação humana, racial e respeito à opinião e individualidade. Pela vida, não ao aborto, contra as drogas, contra a censura oficial ou judiciária, não à regulamentação da mídia. O direito de ser ateu, agnóstico, cristão, espírita, maçom, orar como Cássia Kis. O orgulho pelo verde e o amarelo desde as casas imperiais de Dom Pedro I e Dona Leopoldina, passados 200 anos. Independência, liberdade, solidariedade, ordem e progresso.