Da Redação do Site
Nascido em 24 de setembro de 1948, em Alegrete (Rio Grande do Sul, Brasil), a 100 km aproximadamente das fronteiras do Uruguai e da Argentina, o escritor gaúcho Tibério Vargas Ramos é um autor cosmopolita identificado com o Sul. Tem dois romances publicados, uma novela e um livro de contos.
Apesar de escrever literatura desde 1984, seus primeiros romances e contos continuam inéditos por “falta de oportunidades no mercado editorial, mas também por insegurança e dúvidas sobre a qualidade”, explica o autor com sinceridade. Não são exatamente manuscritos, mas páginas datilografadas que continuam guardadas na biblioteca de sua casa, em Porto Alegre. “Serviram como aprendizado”, resigna-se.
Somente em 2012 saiu tardiamente seu primeiro romance, Acrobacias no Crepúsculo, pela AGE, sua obra mais conhecida e mais vendida. “Não participei de guerras, êxodos, mas resolvi escrever sobre o tempo em que vivi, anos 1950, 1960, 1970, 1980, a aviação, o início da informatização. Durante quatro anos construí uma ficção, com personagens verdadeiros e fictícios, cidades verdadeiras e fictícias. Quando terminei, pensei: se ninguém se interessar em ler é porque minha vida não teve nenhum interesse”, pensei. “Felizmente Acrobacias foi bem aceita pelos leitores, principalmente o público feminino, e a crítica”, aliviou-se o romancista estreante.
No ano seguinte, a Editora AGE publicou mais dois livros inéditos de Vargas Ramos: a novela a Santa sem véu e Contos do tempo da Máquina de Escrever, ambos eróticos. “Mais ou menos como a passagem Ester no Velho Testamento”, brinca o escritor.
Em 2015, foi editado pela AGE o romance Sombras Douradas, uma ousada mistura de duas histórias ocorridas durante o Renascimento, no século 16, na Europa, e a era da informática no século 21, em Porto Alegre. “Sou um autor demorado, muito exigente, entre idas e vindas levei dez anos para concluir as Sombras”, revela Tibério.
Em 2015, foi Escritor Homenageado na 36ª Feira do Livro de Alegrete, sua terra natal. Em 2020 seria o Patrono do Evento, mas a Feira não se realizou em razão da pandemia.
Há seis anos ele escreve a trilogia Tempo & Destino, de histórias reais. Trabalha em sua biblioteca, em Porto Alegre, mas também nas casas da praia, “o murmúrio do mar”, e de Alegrete, “a companhia agradável dos fantasmas familiares”, sorri. “As trilogias muitas vezes trazem uma síndrome negativa e não conseguimos terminá-las”, por isso Vargas Ramos pretende primeiro concluir os três volumes para começar a publicá-los nesse ano de 2022. “O primeiro está em fase final de correção, o segundo se encontra pronto e o terceiro necessita de pequenos ajustes”, revela.
Os três livros da trilogia já estão bem definidos. O primeiro será “Breno Caldas”, a vida e declínio do mais importante jornalista gaúcho do século 20, diretor do Correio do Povo durante 49 anos, o tempo de Dom Pedro II no poder. O segundo volume será Utopias Perdidas e o terceiro, Razão de Viver.
Tibério Vargas Ramos começou no jornalismo em 1969, na Zero Hora, quando ainda estudava na Faculdade dos Meios de Comunicação Social (Famecos), da PUCRS. Quando se formou, em 1971, já trabalhava havia um ano na Folha da Tarde, de Breno Caldas. Em 1980, foi transferido para o Correio do Povo, por decisão pessoal do próprio Breno. Em 1985, voltou para a Zero.
Paralela à longa carreira como jornalista, Tibério exerceu o magistério. Foi professor titular de Jornalismo na PUCRS durante 40 anos, de 1977 a 2017, quando requereu a aposentadoria e decidiu se dedicar exclusivamente à literatura.
Ele tem um filho, Rodrigo Ramos, jornalista, e uma neta, Amanda Ciarlo Ramos, historiadora. Está casado há 40 anos com a Wolmy, que conheceu como revisora da antiga Companhia Jornalística Caldas Júnior.