Tibério Vargas Ramos
“Everybody Lies” (Todo mundo mente), livro publicado em maio nos Estados Unidos, ainda sem tradução, compara que assim como o microscópio e telescópio mudaram as ciências naturais, a internet vai revolucionar as ciências sociais, em especial a microeconomia, sociologia, ciência política e psicologia quantitativa. Os cursos de mestrado e doutorado podem botar no lixo os questionários aplicados por monitores. O autor Seth Stephens-Davidowitz, ex-analista do Google, diz que uma das causas da derrota de Hillary foi que ela se baseou nos melhores programas de análise de dados, mas aplicados em informações tradicionais: listas de eleitores e sondagens eleitorais. As pessoas mentem nas respostas e nas redes sociais também. É preciso ir mais fundo. Ao investigar buscas e navegações, é possível descobrir o que as pessoas fazem e realmente pensam. Nós, os mentirosos, vulneráveis ao cairmos na rede, somos desmascarados, catalogados em grupos demográficos e geográficos, em alta escala. Na eleição, Big Data detectou pelo uso repetido da palavra “nigger” que o racismo estava fazendo ruir a “muralha democrática” no meio oeste e no nordeste americano, o que deu a vitória ao bufão Trump.