Walter Galvani (*)
Você precisa ler da primeira à quase última páginas, pelo menos até o alvorecer do último capítulo, para entenderes por que Tibério Vargas Ramos (que dívida com personagens históricos esse nome, hein Tibério?) batizou assim o seu romance “Acrobacias no Crepúsculo”. Se o leitor proceder como muitos o fazem, quando pegam um livro de ficção, indo espionar o que foi escrito nas linhas finais, para desvendar os mistérios da trama, jogará fora a metade do prazer. Resista, portanto! Não, não espie o que o Tibério engenhosamente montou. Vá lendo, avançando enquanto a história vagarosamente se estrutura, que isso é o melhor do livro. Só larguei quando terminei.
Se eu fosse diretor da Rede Globo, convidaria o Tibério para escrever o enredo da próxima novela das sete (ou das oito), elas nunca vão ao ar nesses horários pelos quais são classificadas e isso já faz parte de seu charme e mistério.
(*) Walter Galvani é historiador, escritor e jornalista, autor, entre outros livros, de “Nau Capitânea” (Prêmio Casa de Las Americas) e “A difícil convivência – Porto Alegre e os Farrapos”.
(*) Comentário publicado no Facebook em 16 de abril de 2012.