Tibério Vargas Ramos
Ensaios
O pop star Ruy Ramos
Alegrete eterniza em bronze o Tribuno do Rio Grande (1909-1962)

Ruy Ramos (Foto Marcanti)

Tibério Vargas Ramos (*)

Desfile Farroupilha em Alegrete, 20 de setembro de 1961. O Piper PA 18 amarelo, prefixo PP-GKC, sobrevoa os cavaleiros em marcha pela Rua Mariz e Barros na direção da Praça Getúlio Vargas. “É o doutor Ruy chegando”, gritam na multidão. O monomotor de dois lugares pousou no Aeroclube. Ruy Ramos (1909-1962) desceu do avião e embarcou num carro, que o levou ao CTG Farroupilha (Centro de Tradições Gaúchas). Um peão o aguardava no local segurando numa mão as rédeas de um inquieto zaino e na outra um par de botas bem lustradas. Meu pai, piloto, tinha ido de manhã bem cedo a Itaqui buscar o deputado federal a tempo de participar da celebração. A notícia tinha dado na primeira edição do Mensageiro Rural, na Rádio Alegrete. Ele enfiou as botas por cima da calça, trocou a gravata por um lenço branco e montou no cavalo. Deu de rédeas e encerrou o desfile a trote, a cabeleira grisalha, levemente ondulada, terno cinza escuro, lenço chimango e as botas emprestadas, para delírio de milhares de pessoas que se espalhavam pelas calçadas. Ruy era um pop star. Aquele foi seu último desfile de 20 de setembro. No ano seguinte, naquele mesmo dia, na celebração da Guerra dos Farrapos, ele morreu em desastre aéreo, aos 53 anos de idade.

Ele nasceu em 9 de setembro de 1909, em Itaqui, mas se criou e fez carreira profissional em Alegrete, adotando-a como sua cidade, amando-a como poucos. Advogado criminal, líder trabalhista, era o ídolo das periferias, no “cinturão de miséria que cerca a cidade”, como dizia, e para superá-lo desenvolveu toda a sua luta política. Queria mais escolas, atendimento social às crianças pobres, energia elétrica em abundância, barragem no Rio Ibirapuitã para minimizar secas e enchentes e, sobretudo, o beneficiamento das matérias-primas produzidas pelo município na pecuária e agricultura, para gerar empregos e renda. Sonhava com um contingente de trabalhadores urbanos. Doou uma chácara para a construção do IRMA (Instituto Rural Metodista de Alegrete), na Vila Nova, no outro lado dos trilhos. São de sua iniciativa o extinto Colégio Industrial e a Tritícola, inaugurada por ele para fabricar farinha de trigo. Eu era um adolescente e estava lá na solenidade, ouvindo os discursos em vez de brincar de índio. Apresentou na Câmara dos Deputados um grande projeto nacional que batizou de “Plano de Valorização Econômica da Fronteira Oeste”, com abrangência do Mato Grosso ao Rio Grande do Sul, que deu origem à Sudesul e seu primeiro superintendente foi o ex-prefeito de Alegrete, Valdemar Borges. Quis o destino que meu cunhado Fernando Oliveira morresse em acidente aéreo como superintendente-adjunto do órgão, em 1978.

Ruy Ramos, o mouro do Alegrete

Em uma carta ao meu avô Eduardo Vargas, então prefeito da cidade, datada: Rio, 2 de outubro de 1952, com sugestões à administração municipal, termina assim: “Com o meu abraço à boa amiga dona Odith, ao Ramos e Conceição e especialmente ao Imperador, sou o teu velho amigo, Ruy Ramos”. O “imperador” era eu, naturalmente. O doutor Ruy queria que meu nome fosse Tibério Graco, por saber que a intenção do meu pai ao escolher o nome do filho era ao homenagear o “tribuno da plebe” de Roma, mas o comandante Ramos não gostava de dois nomes para homens. Fiquei para sempre relacionado a César, paciência. Com o tempo a gente constrói a própria identidade, hoje eu gosto muito do meu nome.

Cresci admirando e encantado com o elegante político de longos cabelos. Enquanto o meu avô viveu, em geral se hospedava lá em casa e tinha escritório de advocacia em sociedade com o meu tio Jairo Vargas (1923-1987), seu assistente desde a faculdade e entusiasta seguidor no trabalhismo, brilhante, combativo e atrevido, vereador mais votado e presidente do PTB de Alegrete na época. O Doutor Ruy adorava sopas cremosas, asas de galinhas e depois de um comício ele era capaz de comer a metade de uma melancia antes de dormir. Testemunhei tudo isso.

Alegrete eternizou em bronze Ruy Ramos (Foto Alair Almeida)

“O mouro do Alegrete”, nos versos do primo Jayme Caetano Braum, memorável poeta nativista. Lá está ele nas fotos do enterro de Getúlio Vargas, em São Borja, em 1954. Foi um dos oradores junto com Osvaldo Aranha, João Goulart, Tancredo Neves, Ernesto Dorneles, Di Prímio Beck e o paranaense Paraílio Borba. “A Pátria só chora os grandes homens”, registrou a revista Manchete, a frase e a foto de Ruy. No Rio de Janeiro, Capital Federal naquela época, era chamado na imprensa e nos comícios de “O Tribuno do Rio Grande”, lembra sua filha Cosete Ramos.

“A garganta de ouro do Rio Grande”, anunciava o locutor Samuel Marques na transmissão de comícios pela ZYE9, Rádio Alegrete. Voz potente, grave, terminava a última sílaba com um som metálico, como Getúlio, marca registrada dos líderes do antigo trabalhismo. “Eu e a Nehy-ta, quando chegamos no Aeropor-to (…)” Ternos escuros impecáveis, gravatas de qualidade superior, camisas invariavelmente brancas, colarinho alto e punhos longos, com abotoaduras e anel de advogado, Ruy era reconhecido pelo porte ereto, o bigode e a melena negros que foram embranquecendo. Vaidoso, tirou o bigode e os cabelos revoltos começaram a brilhar como prata.

Leocádio, Pasqualini, Jango e Ruy no carro conversível em Santa Maria, em 1954 (Memória)

Político mitológico, ele amargou dois revezes. Perdeu a prefeitura de Alegrete, em 1947, para o doutor Artur Hormen, médico e fazendeiro maragato. Em 1950, quando Getúlio voltou ao poder como presidente eleito, Ruy se elegeu deputado federal pela fronteira oeste, com votação maciça em Alegrete e Uruguaiana. No entanto, quatro anos depois, foi um dos protagonistas da maior derrota do PTB, logo após o suicídio de Vargas, em 54, e justamente quando o partido apresentou seus nomes mais ilustres à época: senador Alberto Pasqualini para o governo, Jango e Ruy Ramos para o Senado. Há uma foto histórica dos três, em um Chevrolet conversível, em Santa Maria, agarrados pelo povo, em 30 de outubro de 1954. Abertas as urnas, a surpresa: estavam derrotados. Dos políticos em pé no carro sem capota, naquela noite, apenas se elegeu o alegretense Leocádio Antunes, deputado estadual.

Ruy Ramos e Nehyta na última visita a Alegrete, em 16 de setembro de 1962, quatro dias antes de morrerem (Foto de Marcanth)

No ano seguinte, 1955, na campanha presidencial do governador de Minas Gerais, Juscelino Kubitschek, RR atravessou o Brasil ao lado de JK, visitaram as quase três mil cidades existentes na época, porque Jango, o candidato a vice, somente compareceu nos comícios nas capitais. O PTB nacional indicou Ruy Ramos para representar o vice na caravana pelo país ao lado do candidato do PSD a presidente. “Juscelino tinha seis discursos básicos, que ele utilizava de acordo com a região”, relatou Cosete, “mas meu pai fez mais de dois mil discursos diferentes”, sublinhou a filha. “Minha mãe, que era professora de Geografia, pesquisava a história e a economia de estados, regiões, municípios, e enviava os dados para o meu pai, por carta, com base nos relatos, ele fazia toda a firula e dizia coisas bonitas nos discursos, o que levou Juscelino a chamá-lo de A Garganta de Ouro do Brasil”, devido também à voz potente e a cabeleira esvoaçante, destacando-se no palanque e no microfone. “Em suas pesquisas e longas cartas enviadas ao ‘meu velho’, como minha mãe chamava o meu pai, dona Nehyta também demonstrava todo o amor que sentia por ele”, comenta Cosete Ramos em gravação enviada a mim, pelo celular, em 5 de janeiro de 2020, ao ler a primeira versão deste texto no site www.tiberiovargasramos.com.br. Ela herdou o timbre de voz da mãe, impressionante.

Uma das últimas fotos de Ruy Ramos no Congresso Nacional, em Brasília (Foto Divulgação)

Em 1958, Ruy Ramos voltou à Câmara Federal, na vitória de Leonel Brizola para o governo. Durante a Legalidade, em 1961, para garantir a posse do vice-presidente João Goulart na renúncia de Jânio Quadros, ele foi a voz forte contra o golpe na Câmara dos Deputados, em Brasília, fazendo eco à resistência de Brizola no Palácio Piratini, em Porto Alegre. “A esta hora, não há força capaz de desviar o Brasil de sua marcha natural para o respeito à lei e ao exercício da Presidência pelo Senhor João Goulart”, disse na Câmara. Durante o regime parlamentarista, defendeu em discurso contundente a indicação de Francisco Brochado da Rocha como primeiro-ministro, que relutava em aceitar o convite de Jango, numa crise de gabinete. “Brochado, vem mostrar a fibra de um rio-grandense para estas raposas do Congresso Nacional”, repetia ao final de cada item de sua argumentação, e acabou convencendo o político gaúcho.

Ruy buscava a reeleição em 1962. Assisti seu último discurso em Alegrete, naquele ano, à noite, no celebrado 24 de agosto, data do suicídio do ex-presidente. Discursou na Praça Getúlio Vargas, junto à Carta Testamento, menos de um mês antes de morrer. Ruy e sua esposa Nehyta Martins Ramos estiveram pela última vez na cidade em 16 de setembro. No dia 20, ele decolou de Pelotas em um Douglas, ao lado de sua inseparável companheira, e do conterrâneo Emílio Zuñeda, médico. Ruy fazia campanha para o terceiro mandato de deputado federal, estava em seu apogeu e provavelmente seria o mais votado do PTB no Estado. Tinha compromisso de campanha em Porto Alegre, no Dia do Gaúcho, e não poderia participar do desfile de 1962 em Alegrete. O tempo estava fechado, nuvens negras armavam um temporal, e o piloto carioca não conhecia a região. Acabou batendo num morro no Sertão Santana, entre Tapes e Barra do Ribeiro. Uma região de serra de mata nativa e formações rochosas com cachoeiras, colonizada por imigrantes europeus. Meu ex-colega Dario Vignoli trabalhava como repórter na Última Hora e subiu ao local junto com a polícia. Quando alcançaram os destroços da aeronave, um bombeiro tinha chegado na frente e chorava ao lado de um dos mortos. “É o deputado Ruy Ramos”, balbuciou. Sua melena era inconfundível. Os corpos do piloto e Zuñeda também estavam entre as ferragens. O cadáver de dona Nehyta mais afastado, encostado a uma árvore, como se ela tivesse conseguido se locomover e morreu. As brigadas de salvamento custaram a chegar por ser região de difícil acesso.

Ruy Ramos, Aretê Saldanha Vargas e Jairo Vargas (Arquivo Pessoal)

Velados no Palácio Piratini, em Porto Alegre, durante a noite, os corpos dos três alegretenses foram transladados de avião na manhã do dia seguinte, para a cidade natal, para o sepultamento no Cemitério Municipal. O governador Leonel Brizola veio junto. A multidão no Aeroporto de Alegrete não permitiu que os caixões fossem colocados em carro fúnebre. Foram conduzidos nos braços do povo. Brizola percorreu a pé o percurso de três quilômetros até a Prefeitura. Hoje o prédio é chamado de Palácio Ruy Ramos e diante dele foi erguida uma estátua de bronze de corpo inteiro, o homenageado discursando, o dedo em riste, a garganta de ouro no imaginário das pessoas. Naquela despedida, em 21 de setembro de 1962, eu faria 14 anos três dias depois. Caminhei no pelotão de frente, ferido no coração, olhos no caixão de Ruy e nos passos de Brizola.

No Desfile Farroupilha de 62 em Alegrete, o maior do estado desde sempre, faltou o cavaleiro mouro que sempre encerrava a marcha. A notícia de sua morte chegou quando passavam pela praça central os últimos cavalos. A falta de Ruy Ramos no encerramento do desfile naquele ano, já prevista, doeu muito mais. Seu cadáver estava no meio dos destroços de um avião em cerro de mata baixa e primitiva, no Sertão Santana, então distrito do município de Tapes. Eu olhava para o rádio, incrédulo. O locutor Samuel Marques estava emocionado. Não pode ser! Restou a imagem de quem o viu pela última vez em 1961, de terno cinza, botas de cano longo e lenço chimango, a esporear um zaino, o animal resfolegante de faceiro. Palmas do povo nas calçadas. Meu pai tinha ido buscá-lo de avião em Itaqui. Lembro-me bem, como fosse agora. O tempo redescoberto, como diria Proust. Assim como meu pai recordava de Oswaldo Aranha montado em um tordilho negro, fazendo um discurso na frente da Estação Ferroviária de Uruguaiana.

Maria Edy, menininha, viu o acidente (Foto D.T.S)

Memorial em Sertão Santana

O texto acima, publicado neste site, na Coletiva NET e na Gazeta de Alegrete, no centenário de nascimento de Ruy Ramos, foi revisado e ampliado em 2018 e em 2019 passou a abrir com destaque o Memorial Ruy Ramos, inaugurado em 31 de outubro de 2019, tarde de uma quinta-feira, na Escola Municipal do Ensino Fundamental Ruy Ramos, em Sertão Santana, a 82 km de Porto Alegre. Educandário construído em 1970 no sopé do morro Emboaba, onde o parlamentar morreu no desastre aéreo de 1962.

A cerimônia na Biblioteca da escola rural foi organizada pela Prefeitura, a cargo Maristani Rangel e Cíntia Gimenes. Transformou-se numa linda e emocionante solenidade, com a entrega de certificados a antigos professores e alunos. Presentes o prefeito Irio Stein, trabalhista; o vice Marcos Aurélio Kologeski Souza; o presidente da Câmara Municipal, vereador Evandro Robbe; o secretário de Educação, Lucas Naibert Gelinski, e a diretora do colégio, Catiele Malessa, além de membros da comunidade e familiares dos homenageados.

Ruy Ramos e Oswaldo Aranha no enterro de Getúlio Vargas (Reprodução)

Em setembro de 1962, Sertão Santana era distrito de Tapes, zona rural de plantação de fumo e agricultura familiar, cercada de morros de vegetação nativa. No passado, índios emboabas habitaram a região. A localidade fica relativamente próxima de Porto Alegre, mas tem 15 km de estrada de chão desde a faixa asfaltada da BR-116. A serra Emboaba, nome dado em razão da tribo indígena que viveu no local, dista 6 km da sede da localidade e pode ser avistada da Escola Ruy Ramos, as pessoas apontam o clarão no mato onde o avião caiu, “foi lá”, explicam.

Naquele Dia do Gaúcho, o tempo estava nublado. Teto baixo, o piloto carioca, que desconhecia a geografia da região, conduzia o Douglas DC3 em baixa altura. Na cerimônia de inauguração do Memorial, a professora aposentada Maria Edy Pereira Correa, que nasceu na vila, foi aluna, professora e diretora da escola rural Ruy Ramos, deu um testemunho de arrepiar a plateia presente. A avó dela, dona Maria, já idosa, com uma conexão maior com os desígnios, estava contando que sonhara que um avião caiu no morro. De repente, ouvem o motor de uma aeronave e saem da casa para verem. Ela era uma menininha e correu junto com os adultos. O bimotor voava em baixa altura na neblina e bateu no cerro. Abriu na serra a clareira que permanece até hoje.

Uma bela e emocionante cerimônia em Sertão Santana (Fotos Dieison Teifke Spolavori)

O agricultor Marino Teixeira foi o primeiro a chegar ao local. A tragédia foi comunicada à polícia e à prefeitura de Tapes. Bombeiros, policiais, peritos da Força Aérea e jornalistas de Porto Alegre escalaram a serra fechada até os destroços. Liberado o local, os corpos tiveram de ser removidos no carro-de-bois de Marino. As viaturas ficaram lá embaixo no sopé da serra. Não conseguiram subir.

O deputado trabalhista era um entusiasta da educação. No local onde ele morreu, foi inaugurada em 1970 a Fundação Educacional Agrícola Ruy Ramos. Em 1992, com e emancipação do município, transformada em Escola Municipal Fundamental. É um ótimo grupo escolar, inclusive com ginásio de esportes coberto, que na solenidade de 2019 recebeu o nome de Peres Schuerne, um dos moradores mais antigos da localidade, empreendedor e líder comunitário, já falecido.

A emoção de Tibério Vargas Ramos na homenagem a Ruy Ramos (Foto D.T.S)

Ao falar ao público que lotava a Biblioteca, eu me emocionei. Vinha de Alegrete, terra de Ruy Ramos e estava ali, onde ele morreu ao lado da dona Nehyta. Professora exemplar de Geografia no Instituto de Educação Oswaldo Aranha, eloquente também em História e Ciências Sociais, ela largou tudo para acompanhar sempre o marido em sua carreira política. Muitas vezes discursava nos comícios com uma voz clara, marcante e própria. E juntos morreram. “É muito triste perder pai e mãe, mas meu pai não viveria sem a minha mãe e a minha mãe não viveria sem o meu pai”, conformou-se a filha Ecilda Ramos, em conversa com a minha mãe, logo após o acidente, lembrou-se Conceição Vargas Ramos, em 11 de novembro de 2019, aos 100 anos de idade, lúcida e memória inigualável. Além de Ecilda, já falecida, eles tiveram mais três filhos, Cosete, Rosete e Rui Laurindo, todos residentes em Brasília.

Biblioteca da escola lotada, na primeira fila, o presidente da Câmara, Tibério, o prefeito e o vice (Foto (D.T.S)

A foto de Ruy Ramos e Oswaldo Aranha, abraçados chorando no enterro de Getúlio, em destaque no mural, trazia o Alegrete para dentro daquela sala. Comentei que costumo brincar que a metade das praças, ruas, avenidas, parques, estradas, a usina, o prédio da Prefeitura, a BR, museus históricos e estátuas em Alegrete levam o nome de Oswaldo Aranha e a outra metade Ruy Ramos. E ali, longe da nossa terra, eles continuavam juntos na fotografia. Como uma partícula do tempo diante dos olhos. Tive de aprisionar um soluço.

O secretário da Educação Lucas Naibert Gelinski entregou diploma a Tibério (Foto D.T.S)

Lembrei que Ruy fez parte de uma geração de gaúchos notáveis que surgiram após o fim da Segunda Guerra e a redemocratização do país. O Rio Grande do Sul ofereceu nomes de políticos que se destacaram no País. Citei João Goulart, Leonel Brizola, Alberto Pasqualini, Fernando Ferrari, Raul Pila, Paulo Brossard e os irmãos Brochado da Rocha, entre tantos outros. Ruy Ramos talvez tenha sido o mais eloquente deles. Defendia a escolaridade, a formação de mão de obra e a industrialização para criar oportunidades de empregos. Foi uma experiência muito forte ao presenciar, cercado de pessoas, que no lugar onde Ruy perdeu a vida, surgiu uma escola, sua obstinação em vida, como designo do destino. Suas salas de aula já formaram gerações de pessoas, todos orgulhosos do colégio. Lá em cima a clareira do morro onde o avião bateu.

(*) Texto publicado em 2009, Centenário do Nascimento de Ruy Ramos, no site Coletiva.Net e no jornal Gazeta de Alegrete. Revisado e ampliado em 2018 e atualizado em 2019, nos 110 anos de nascimento de Ruy. Fará parte da trilogia “Tempo & Destino – histórias reais”, no segundo volume, “Razão de Viver”.

Homenageados na escola rural de Sertão Santana (Fotos Dieison Teifke Spolavori)

 

 

 

 

Publicado em 21/7/2015
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