Tibério Vargas Ramos
Muito jornalista gostaria que a manchete do Estadão fosse tirada das notas oficiais do Instituto Lula, como era feito o Pravda, no tempo da extinta União Soviética, órgão oficial do Partido Comunista, que só publicava releases promocionais do governo, com propaganda construtivista do regime. Sonham com a Veja editando apenas matérias de comportamento, entretenimento, cultura e meio ambiente, o que já ocorreu. O Jornal Nacional poderia voltar a ser oficialista, na voz cavernosa do Cid Moreira, como o foi durante a ditadura militar. Reportagens, inquéritos policiais e processos são feitos com base em denúncias, queixas, indícios, pistas, apurados na imprensa em entrevistas, observações, pesquisas, ilações, conexões, descritas com simplicidade ou retórica exagerada, e no âmbito legal em depoimentos, investigações, relatórios, devassas e perícias. Réus podem ser inocentados ou absolvidos por falta de provas, o que não é a mesma coisa. Provas surgem ao longo do processo e no final resultam em condenações. Políticos, acólitos e empresários, nenhum trabalhador, estão presos por corrupção. Surgem delações premiadas para reduzir penas inevitáveis. Só não me conformo que a facção recrutou a expertise do Collor no esquema.