Tibério Vargas Ramos
Ensaios
La Sombra del Vento
Romance de Zafón é ambientado em Barcelona

Carlos Ruiz Zafón, escrtor (Divulgação

Tibério Vargas Ramos

Acabei de ler o grande romance do espanhol Carlos Ruiz Zafón, que nasceu em Barcelona, em 1964, e morreu em Los Angeles, em 2020, aos 55 anos, onde escrevia roteiros para o cinema, produzia literatura e assinava artigos nos jornais La Vanguardia, de Barcelona, e El País, de Madri. Comprei La Sombra del Vento, em espanhol, capa dura, edição da Planeta, na livraria de livros novos e usados Traça, no Bom Fim, bairro judaico de Porto Alegre. A história começa com a localização aleatória de uma novela, escrita por um fracassado autor espanhol e pianista em Paris, desaparecido. A obra fora escondida numa das prateleiras do alegórico Cemitério dos Livros Esquecidos, na zona antiga de Barcelona. A partir daí, Zafón constrói um romance de suspense de 576 páginas, com traições, amores, vinganças, ressentimentos, selvageria, torturas, perseguições, casualidades, magia, frustrações, embustes, superação, marcados pela trajetória do livro e de seu autor. Um monumento ao solitário exercício de escrever, ler e vender livros, atividades em extinção. Espetacular.

Outra noite, num bar, o Internacional havia perdido e eu bebia a saideira com um amigo, o engenheiro José Carlos Estrânzulas de Assis, colorado como eu. Deixamos o jogo de lado. Ele me contou orgulhoso que sua filha dava aulas de patinação artística no gelo, em Barcelona, e estava muito feliz porque seu diploma de educação física no Brasil tinha sido reconhecido na Espanha e ela iria ganhar mais. “Estou lendo um grande livro ambientado em Barcelona”, comentei. “A Sombra do Vento?” Ele perguntou. Fiquei perplexo. Era como se a novela estivesse recomeçando numa mesa de bar em Porto Alegre, 20 anos depois de seu lançamento na Espanha.

La Sombra del Vento (Reprodução)

Publicado em 13/8/2022
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