Tibério Vargas Ramos
Ensaios
Muitos jornalistas têm saudades do tempo do Pravda
Políticos, acólitos e empresários, nenhum trabalhador, estão presos por corrupção

Tibério Vargas Ramos

Capa do jornal oficial Pravda, no tempo da União Soviética

Capa do jornal oficial Pravda, no tempo da União Soviética

 

Muito jornalista gostaria que a manchete do Estadão fosse tirada das notas oficiais do Instituto Lula, como era feito o Pravda, no tempo da extinta União Soviética, órgão oficial do Partido Comunista, que só publicava releases promocionais do governo, com propaganda construtivista do regime. Sonham com a Veja editando apenas matérias de comportamento, entretenimento, cultura e meio ambiente, o que já ocorreu. O Jornal Nacional poderia voltar a ser oficialista, na voz cavernosa do Cid Moreira, como o foi durante a ditadura militar. Reportagens, inquéritos policiais e processos são feitos com base em denúncias, queixas, indícios, pistas, apurados na imprensa em entrevistas, observações, pesquisas, ilações, conexões, descritas com simplicidade ou retórica exagerada, e no âmbito legal em depoimentos, investigações, relatórios, devassas e perícias. Réus podem ser inocentados ou absolvidos por falta de provas, o que não é a mesma coisa. Provas surgem ao longo do processo e no final resultam em condenações. Políticos, acólitos e empresários, nenhum trabalhador, estão presos por corrupção. Surgem delações premiadas para reduzir penas inevitáveis. Só não me conformo que a facção recrutou a expertise do Collor no esquema.

Publicado em 11/4/2017
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