Tibério Vargas Ramos
Ensaios
A desilusão de Philip Roth
Abriu a guarda, aos 85 anos, e ela, sempre à espreita, o levou.

Philip Roth (1933-2018) / Foto Divulgação

O Animal Agonizante e O Complexo de Portnoy /Arquivo Pessoal

Tibério Vargas Ramos

Os livros de Philip Roth (1933-2018), “O Animal Agonizante” e “O Complexo de Portnoy”, sempre estavam na longa lista de clássicos e autores contemporâneos que passava semestralmente para os meus alunos de Jornalismo da PUCRS, para posterior debate em aula sobre conteúdo e forma. Ainda usava entrevistas dele no formato pergunta-resposta para a transformação em texto-corrido, como exercício. “Agonizante” supera em muito o filme “Fatal”, com Ben Kingsley e Penépole Cruz, inspirado no romance. O americano era sempre cotado para o Nobel de Literatura e nunca foi agraciado. Talvez porque escrevesse com base em seu talento e experiência, mas nunca deu a vida por um livro, capaz de superar a si mesmo. Vivia em profunda desilusão. Deixou de escrever e não acreditava mais na relevância do livro. Abriu a guarda, aos 85 anos, e ela, sempre à espreita, o levou.

Publicado em 24/5/2018
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