Capa do jornal Hipertexto com Tom Wolfe em dezembro de 2009, livros Fogueira das Vaidades e Radical Chique (Arquivo Pessoal)

Tibério Vargas Ramos

Morreu na noite de segunda-feira, 14 de maio de 2018, num hospital de Manhattan, Nova York, o jornalista e escritor norte-americano Tom Wolfe, aos 87 anos de idade. Ele estava internado com um quadro de pneumonia e infeção. Muitas aulas sobre New Journalism, em 40 anos de Famecos/PUCRS, dei com ênfase em sua obra no Jornalismo e na Literatura. Aprendi com ele sobretudo a adaptação do ritmo da narrativa ao conteúdo.

Fogueira das Vaidades é um belo romance, Radical Chique um livro fundamental. O dramaturgo americano Arthur Miller (1915-2005) dizia que Wolfe não fazia literatura, mas apenas cometia “hipérboles jornalísticas”. Discussão entre gigantes, eu fora.

A melhor capa da história do Hipertexto (jornal que a Famecos acabou talvez porque fosse bom demais, feito com a participação da velha guarda de professores sem os novos eleitos da academia) foi com Wolfe quando ele esteve em Porto Alegre, em 16 de novembro de 2009. Reportagem do então aluno Marcus Perez, com fotos de Mariana Fontoura. Edição de Tati Oleques, entre outros estudantes. Eu participava da supervisão do trabalho de edição em sala de aula junto com os professores Celso Augusto Schröder (arte), Ivone Maria Cassol (produção) e Elson Sempé Pedroso (fotografia). Publicação mensal impressa gratuitamente pela Zero Hora, no tempo em que Anderson Cerva era responsável pelo Comercial Gráfico da empresa.

Reportagem do jornal laboratório Hipertexto na vinda de Tom Wolfe a Porto Alegre, em 16 de novembro de 2009 (Arquivo Pessoal)